segunda-feira, 13 de abril de 2015

Geraldo de Barros e a Fotografia



Geraldo de Barros e a Fotografia
Chega a São Paulo a maior exposição já realizada sobre a obra de Geraldo de Barros.
Por César Alves

Desde a semana passada – depois de passar com sucesso pelo Rio de Janeiro –, uma exposição, no mínimo, imperdível para os amantes da fotografia, arte e experimentação gráfica está em São Paulo. Com curadoria da pesquisadora e coordenadora de artes visuais do Instituto Moreira Salles, Heloísa Espada, Geraldo de Barros e a Fotografia é uma parceria do IMS com as Organizações Sesc e reúne cerca de 300 obras do pintor, designer e fotógrafo paulista, divididas em três ambientes da unidade do Sesc Belenzinho.

Parte da geração de artistas surgidas na esteira das propostas idealizadas pelos Modernistas nas primeiras décadas do século vinte, Geraldo de Barros inicia sua produção em fins da década de trinta, tendo como marca o gosto pela experimentação e a liberdade desenvolta em relação a linguagens, estilos e formatos. Nome dos mais significativos dentro da construção de uma linguagem moderna e diálogo em sintonia com as vanguardas artísticas internacionais no contexto da arte brasileira, Barros esteve diretamente envolvido com movimentos importantes, como o concretismo, e participou ativamente dos grupos Ruptura e Rex.
Reunindo de forma cronológica fotografias, desenhos, gravuras, monotipias e pinturas – concretas e flertes com o Pop –, a exposição oferece uma rara oportunidade de compreender como se deu o processo criativo e evolutivo, durante a construção de uma obra única.
É o que se percebe ao visitar a sala dedicada a série Fotoformas, com peças que formaram a histórica exposição Fotoforma, realizada em 1951, no Masp, ainda em seu primeiro endereço provisório na rua 7 de Abril, no centro de São Paulo.
A exposição conta também com 268 colagens de negativos e 70 ampliações da série Sobras, do final de da trajetória do artista.

Dono de uma visão que ia além do universo artístico, suas preocupações sociais e o desejo de levar sua arte a extremos que iam além dos museus e espaços tradicionais, em 1956, junto com Frei João Batista, Barros fundou a Unilabor, cooperativa que fabricava móveis e mantinha uma escola de arte e um posto de saúde. Ao lado de Alexandre Wollner e Rubem Martim, Geraldo de Barros também esteve a frente do primeiro escritório de design brasileiro, quando, em 1957, fundou a Form-Inform.

Livro
 Recentemente, o Instituto Moreira Salles recebeu cerca de dois mil itens que fazem parte da obra de Geraldo de Barros, tornando-se referência na pesquisa sobre o artista. O material faz parte de sua faceta fotográfica, composto das séries Fotoformas (1940-1950) e Sobras (1996-1998).
Para celebrar a aquisição, além da exposição, o Instituto Moreira Salles, em co-edição com as Edições Sesc-SP, também lança o livro-catálogo Geraldo de Barros e a Fotografia. Belo no formato e rico em conteúdo, a obra se destaca como referência das mais ambiciosas sobre o artista, reunindo reproduções de seus trabalhos e trazendo novos dados sobre sua biografia e temas pouco abordados em trabalhos anteriores, como sua atuação no Foto Cine Clube Bandeirante.
O livro traz também textos, produzidos exclusivamente para compor a obra, escrito por especialistas como Heloísa Espada, Tadeu Chiarelli, Simone Forster, João Bandeira e Giovanna Bagaglia.

Serviço:
Exposição
Geraldo de Barros e a Fotografia (de 7 de abril a 31 de Maio)
Sesc Belanzinho
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000
Telefone: (11) 2076-9700

Livro
Geraldo de Barros e a Fotografia
Autor: Vários
Editora: co-edição IMS e Edições Sesc-SP
300 páginas


Nenhum comentário:

Postar um comentário