Geraldo de Barros e a
Fotografia
Chega a
São Paulo a maior exposição já realizada sobre a obra de Geraldo de Barros.
Por César Alves
Desde a semana passada – depois de passar com
sucesso pelo Rio de Janeiro –, uma exposição, no mínimo, imperdível para os
amantes da fotografia, arte e experimentação gráfica está em São Paulo. Com
curadoria da pesquisadora e coordenadora de artes visuais do Instituto Moreira
Salles, Heloísa Espada, Geraldo de Barros e a Fotografia é
uma parceria do IMS com as Organizações Sesc e reúne cerca de 300 obras do
pintor, designer e fotógrafo paulista, divididas em três ambientes da unidade
do Sesc Belenzinho.
Parte da geração de artistas surgidas na
esteira das propostas idealizadas pelos Modernistas nas primeiras décadas do
século vinte, Geraldo de Barros inicia sua produção em fins da década de
trinta, tendo como marca o gosto pela experimentação e a liberdade desenvolta
em relação a linguagens, estilos e formatos. Nome dos mais significativos dentro
da construção de uma linguagem moderna e diálogo em sintonia com as vanguardas
artísticas internacionais no contexto da arte brasileira, Barros esteve
diretamente envolvido com movimentos importantes, como o concretismo, e
participou ativamente dos grupos Ruptura e Rex.
Reunindo de forma cronológica fotografias,
desenhos, gravuras, monotipias e pinturas – concretas e flertes com o Pop –, a
exposição oferece uma rara oportunidade de compreender como se deu o processo
criativo e evolutivo, durante a construção de uma obra única.
É o que se percebe ao visitar a sala dedicada a
série Fotoformas, com peças que
formaram a histórica exposição Fotoforma,
realizada em 1951, no Masp, ainda em seu primeiro endereço provisório na rua 7
de Abril, no centro de São Paulo.
A exposição conta também com 268 colagens de
negativos e 70 ampliações da série Sobras,
do final de da trajetória do artista.
Dono de uma visão que ia além do universo
artístico, suas preocupações sociais e o desejo de levar sua arte a extremos
que iam além dos museus e espaços tradicionais, em 1956, junto com Frei João
Batista, Barros fundou a Unilabor, cooperativa que fabricava móveis e mantinha
uma escola de arte e um posto de saúde. Ao lado de Alexandre Wollner e Rubem
Martim, Geraldo de Barros também esteve a frente do primeiro escritório de
design brasileiro, quando, em 1957, fundou a Form-Inform.
Livro
Recentemente,
o Instituto Moreira Salles recebeu cerca de dois mil itens que fazem parte da
obra de Geraldo de Barros, tornando-se referência na pesquisa sobre o artista.
O material faz parte de sua faceta fotográfica, composto das séries Fotoformas (1940-1950) e Sobras (1996-1998).
Para celebrar a aquisição, além da exposição, o
Instituto Moreira Salles, em co-edição com as Edições Sesc-SP, também lança o livro-catálogo Geraldo de Barros e a
Fotografia. Belo no formato e rico em conteúdo, a obra se destaca como
referência das mais ambiciosas sobre o artista, reunindo reproduções de seus
trabalhos e trazendo novos dados sobre sua biografia e temas pouco abordados em
trabalhos anteriores, como sua atuação no Foto Cine Clube Bandeirante.
O livro traz também textos, produzidos
exclusivamente para compor a obra, escrito por especialistas como Heloísa
Espada, Tadeu Chiarelli, Simone Forster, João Bandeira e Giovanna Bagaglia.
Serviço:
Exposição
Geraldo de Barros e a
Fotografia (de 7 de abril a 31 de Maio)
Sesc Belanzinho
Endereço: Rua Padre
Adelino, 1000
Telefone: (11)
2076-9700
Livro
Geraldo de Barros e a
Fotografia
Autor: Vários
Editora: co-edição IMS e Edições Sesc-SP
300 páginas
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