Jubileu ou Não Confie
em Nenhum Disco com Menos de 50
Por César Alves
Sendo previsível, na cobertura de música, posso
dizer que será o ano da previsibilidade.
2017 marca o jubileu de lançamento de diversos
discos que revolucionaram o segmento musical a partir daí. Obras como Sgt. Peppers dos Beatles; Velvet Underground and Nico da banda de
Lou Reed e John Cale; Forever Changes
do Love; High Priestess of Soul da
Nina Simone; Astral Weeks do Van
Morrison; Surrealistic Pillow do
Jefferson Airplane e uma infinidade de outros títulos que tomariam mais de
“textão” só para relacioná-los, correndo o risco de deixar muita coisa boa de
fora.
Conhecendo bem a cobertura musical como é feita
no Brasil, posso antecipar desde já o festival de clichês e até as frases
prontas de quem e sobre que obras escreverão nos próximos meses.
Deixei de escrever sobre musica há mais de dez
anos, tendo em vista que perdi o interesse na musica como assunto e percebi que
havia gente muito mais gabaritada para cobrir o tema do que eu. Por outro lado,
gosto de muita coisa feita no ano de 1967, não só pela qualidade musical, mas
também pelo contexto histórico e social em que foram compostos e gravados.
Do meu ponto de vista ignorante, sempre achei
que 67 foi apenas o ápice de um período de três a cinco anos, a partir da
segunda metade de cada década, em que a produção musical popular passa por uma
inquietação criativa que antecipa o que será a musica da década seguinte.
Então, sempre conforme a visão do amigo aqui, seria o ponto mais alto de algo que
começa em 1966 e vai até 1970, preparando o terreno para o rock progressivo
(que tem raiz no produção Baroquee),
a musica Disco (o Funk e Soul e a produção musical voltada para pistas de
dança), o Heavy Metal (os discos do Blue Chear e Black Sabath) e até o punk (o
já citado VU e as estréias do MC5 e The Stooges).
Foi assim nas décadas seguintes, com o
surgimento do punk rock e rock industrial, a invasão das festas de quarteirão e
suas Sound Machines nos bairros negros
pobres da Jamaica aos Estados Unidos e a musica eletrônica tocada em pistas de
boates gays que abrem caminho para o pós-punk, os selos de rock independentes, Rap e o movimento Hip Hop e a House Music.
Assim como os álbuns do Sonic Youth, Jesus and Mary Chain, Dinosaur Jr, entre
outros, e as estréias do Public Enemy, N.W.A. e outros marcariam o que seria o
rock e o rap dos anos 90.
Do lado de cá, fico tentando adivinhar qual de
meus amigos irá assinar o primeiro de muitos artigos clichês sobre o jubileu do
“ano mágico” de 1967 na música. Mas o que eu gostaria mesmo era de poder
antecipar quais discos e artistas representam hoje algo que nos faça ter boas
expectativas quanto ao que está por vir nos anos 2020...
Surpreendam-me!
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