US 69 – Yesterday´s Folks (1969)
por César Alves
A primeira vez que ouvi esse disco
foi na Galeria do Rock, na loja do Alberto, amigo e fornecedor de velharias
sixties durante os anos 90. Uma daquelas pérolas obscuras do período que pouca
gente conhece e deveria de tão bom. É o único disco que conheço desses caras e,
correndo o risco de estar errado, também o único que gravaram.
Adoro a palavra, mas odeio usar o
termo “psicodélico” quando o assunto é musica. Afinal, pode se referir a muita
coisa e, algumas sem a menor relação, englobando dos 13th Floor Elevators aos
Beatles, passando por Spacemen 3 e Mercury Ver e também Steppenwolf e Iron
Butterfly – até o Serguei afirma ser psicodélico. Mas, no caso do US 69 e suas
viagens musicais lisérgicas, não consegui encontrar outra definição. Sendo
assim, dentre as diversas formas do universo rock psicodélico, eles estão no
meio termo entre o que chamavam Psychedelic Folk e Psychedelic Jazz e se
enquadram na categoria de bandas como The Insect Trust, que uniam pesquisa de
efeitos sonoros eletrônicos que buscavam reproduzir no ouvinte as sensações de
uma viagem de ácido, conduzidas por um amálgama de gêneros como o rock, o folk
e o jazz.
Eram liderados pelo guitarrista e
compositor Bill Durso. O time também contava com o baterista Bill Cartier e o
baixista e flautista, Gil Nelson.
Sempre tive uma curiosidade a
respeito dos outros dois integrantes que completam a cozinha; os irmãos Bob e
Don DePalma, ambos multi instrumentistas, ambos de formação clássica e ambos oriundos
da escola do jazz. Os irmãos DePalma possuem alguma relação com o cineasta
Brian? Nunca encontrei nada a respeito. Não é só por causa do sobrenome, mas
também porque descobri que, depois do US 69, durante os anos 70, a dupla passou
a trabalhar para a indústria cinematográfica, conduzindo sonoplastia e compondo
trilhas sonoras. Se algum de meus queridos amigos e amigas sabe se são parentes
ou não, gostaria de saber.
Curiosidades à parte, trata-se
uma excelente banda e ótimo disco e recomendo. É o tipo de álbum que se deixa rolar de cabo
a rabo numa tarde de sábado ou dia de folga com os amigos ou sozinho, como
trilha sonora da preguiça.
Difícil escolher uma parte de um disco cuja
experiência real, só é completa no todo, mas destaco “African Sunshine” e a
faixa de dez minutos que encerra a obra, “2069 – A Spaced Oddity”, certamente
inspirada no filme de Kubrick e na obra de Arthur C. Clark, mas seria também
uma referência a David Bowie?
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